CULTURA DE DESVALORIZAÇÃO DA MULHER



“Caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando” - Epícuro

Recentemente o deputado estadual por SP Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei” devido aos vídeos que fazia em um canal com este nome, teve áudios vazados onde afirma que as mulheres ucranianas são “fáceis” por que são pobres e coisas do tipo.
O deputado fez um rateio virtual para conseguir verbas alegando querer “ajudar” os ucranianos, mas pelo visto seu interesse era bem diferente do que seu público acreditou. O deputado ainda tentou justificar de forma mentirosa, dizendo que o que falou não é o que ele pensa, depois confessou alegando ser jovem e que cometeu um deslize.
Apoiador de Bolsonaro e posteriormente de Sérgio Moro, Arthur do Val é membro do MBL – Movimento Brasil Livre, que articulou várias manifestações contra a presidente Dilma e contra o Brasil, que serviram para criar ambiente para o Golpe de 2016 com resultados desastrosos ao país, os quais estamos presenciando atualmente.
Apesar dos comentários asquerosos, infelizmente não devemos ficar espantados por declarações deste tipo vindo da Direita brasileira, ainda mais dos que dizem defender os valores conservadores, como próprio Arthur do Val. Tal hipocrisia e desvalorização da mulher é comum na Direita. Exemplo disso é a postagem do deputado federal Kim Kataguiri em 2014 (imagem), outro membro do MBL, e do próprio Bolsonaro que já fez inúmeras declarações do mesmo teor, dizendo que mulher deveria ganhar menos por que engravida, chamou a própria filha de “fraquejada” e por ai vai.
A Direita brasileira, além de antinacional, é essencialmente preconceituosa e misógina. Cabe as mulheres terem amor-próprio e consciência política para não mais apoiar este tipo de gente. Há muita coisa para se fazer no estado em que o deputado legisla, mas parece que ir para a Ucrânia se consegue mais visualizações em redes sociais, o que parece ser mais importante para esta gente.
E pensar que Arthur do Val chamou o padre Julio Lancellotti de “cafetão da miséria” se referindo ao belíssimo trabalho que o padre faz com moradores de rua. Quem foi ser “cafetão da miséria” (ou turismo sexual) na Ucrânia foi ele.
Hipocrisia que fala!
Espero que a Assembleia Legislativa de SP tenha o mínimo de decência e casse o mandato do deputado.
Edison Evaristo
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